
Dados recentes e oficiais de instituições dos setores produtivos apontam que a construção civil está em um ótimo momento. Excelente notícia, já que números crescentes nesta área acabam contem- plando diretamente setores econômicos, como a indústria, o comércio e serviços, além da empregabilidade. E quem mostra o excelente momento da construção civil, também afirma que o setor nunca parou totalmente, à exceção no pico da pandemia, por um período.
Na virada do semestre, por exemplo, no Estado do Rio de Janeiro, a Região Norte Fluminense – Campos dos Goytacazes, Macaé, São Fidélis, São João da Barra, São Francisco do Itabapoana, Conceição de Macabu, Quissamã e Carapebus – se destacou com mais de 1,3 mil novos postos de trabalho, cerca de 900 deles vindos do setor da construção civil.
De fato, o setor está bem aquecido e em franca expansão. Essa é a observação do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Mobiliário de Campos e Regiões Norte e Noroeste, José Carlos Pereira, que mostra que isso se dá não só em função dos inúmeros investimentos da iniciativa privada por conta das construtoras locais, mas também pelas obras do Porto do Açu, além das obras públicas em geral, incluindo até mesmo extensão de redes elétricas e usinas solares.
Logo após pandemia, a construção civil foi aquecida e este ano, mais ainda. Uma pena que muitos trabalhadores, es- pecialmente das grandes empresas, estão vindo de fora, por falta de mão de obra qualificada, o que é um outro problema. Por isso estamos em contato com o Grupo S – Senai, Sesc e Sesi e Senac – para ver de que forma podemos reverter esse qua- dro. Neste período, pelo menos a mão de obra na área de abrangência do sindicato cresceu mais de 80% – afirma o presidente sindical.
O empresário da construção civil, Kléber Linhares, à frente da Construtora Abud Wagner, explica que sua empresa está desafiando o mercado e lançando empreendimentos. Ele cita alguns obstáculos no setor, como por exemplo, o metro quadrado de venda baixo em relação ao preço de custo, com o preço de venda não acompanhando.
Segundo ele, nos últimos tempos houve muita migração das pessoas de apartamento para casa, que, inclusive, tem o metro quadrado mais barato, incluindo terreno. “Agora, depois da pandemia, as pessoas estão voltando a procurar apar- tamentos, principalmente por serem mais próximos, por causa de transporte e tudo mais, já que muitos condomínios de casas são mais afastados”, diz.
MAIS EMPREGO E DESENVOLVIMENTO
Para contribuir ainda mais para esse quadro favorável, foi lançado este ano, pelo Governo Federal, o novo PAC – Plano de Aceleração do Crescimento, com o slogan “Desenvolvimento e Sustentabilidade”, programa que visa acelerar o crescimento e gerar emprego e renda. O foco é nos projetos de infraestrutura e reúne sete eixos temáticos, considerados estratégicos para o desenvolvimento econômico nacional: esportes, transportes, infraestrutura urbana, saneamento, inclusão digital e conectividade, transição e segurança energética, infraestrutura social e defesa.

O economista Ranulfo Vidigal explica que o PAC na constru- ção civil realmente impacta no incremento de infraestrutura, geração de empregos e redução do déficit habitacional do país. “Isso, notadamente nas cidades de porte médio, que apresentam acolhimento de novos empreen- dimentos privados em logística”, destaca.
Kleber também acredita que o PAC vai beneficiar as construtoras, especialmente, quando se fala da faixa 1 (urbana), que abrange renda bruta mensal de até R$ 2.640, o “Minha Casa Minha Vida”. “Sem falar das obras públicas que as empresas priva- das também podem concorrer para executar”, ressalta.