Pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, será feriado em todo o Brasil. A Lei n° 12.519/2011, que instituiu o feriado, recebeu essa mudança após a promulgação de um decreto presidencial feito por Lula no final de 2023, ampliando a celebração para todo o país.
O dia faz referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, que ficava situado na Serra da Barriga, hoje estado de Alagoas. Após ser capturado e preso, ele morreu decapitado e teve sua cabeça exposta na Praça do Carmo, em 1695. A data é celebrada por movimentos de direitos civis desde os anos 1960, como forma de valorizar a luta e a cultura negra.
Antes do decreto ser promulgado, o feriado era celebrado em apenas seis estados: Alagoas, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo. Nos demais estados, as Leis Municipais podiam estabelecer a medida em cada cidade. Já no Distrito Federal, o Dia da Consciência Negra era considerado ponto facultativo.
QUEM FOI ZUMBI DOS PALMARES?
Estudiosos apontam que Zumbi nasceu livre em 1655, no Quilombo dos Palmares. Aos sete anos, ele teria sido capturado e dado ao padre português Antônio Melo, que o batizou de Francisco. Ainda criança, Zumbi aprendeu a falar e escrever em português e latim.
Aos 15 anos, ele conseguiu fugir e retornou ao Quilombo dos Palmares, onde iniciou a sua luta contra a escravidão.
Em 1678, Ganga Zumba, o então líder de Palmares, aceitou uma proposta de paz dos portugueses, que consistia nos moradores do quilombo se mudassem para outras terras. A decisão desagradou a muitos e, a partir disso, Zumbi assumiu a liderança do Quilombo dos Palmares.
Em 1694, o governo português realizou uma série de investidas contra o quilombo, mas sem sucesso. No entanto, pouco tempo depois, a fortaleza de Macaco foi atacada e muitos quilombolas foram assassinados. Porém, Zumbi conseguiu escapar.
Em 1695, Antônio Soares, um homem de confiança de Zumbi, foi capturado e torturado até entregar o esconderijo do líder. Em 20 de novembro, Zumbi foi encontrado na Serra de Dois Irmãos e morto por um grupo de Bandeirantes liderado por Domingos Jorge Velho.
