Nos últimos anos, o mercado de veículos elétricos e híbridos tem apresentado um crescimento expressivo em todo o mundo. Prova disso é que, em 2024, as vendas de carros híbridos e elétricos bateram recorde, com uma alta de quase 90%, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE): foram 177.538 mil veículos eletrificados vendidos no ano passado, contra 93.927 automóveis em 2023, sendo 27 mil além da previsão para o ano.
O avanço da tecnologia, os incentivos governamentais, a economia de combustível em comparação com os veículos convencionais e a maior conscientização ambiental dos consumidores estão impulsionando a transição para um setor automotivo mais sustentável.
Esse crescimento das vendas de veículos eletrificados no país se reflete em Campos, e é bem comum encontrar modelos do tipo no trânsito. O empresário do setor imobiliário, Magno Bedim, é um dos que aderiu ao carro híbrido em 2024. Desde outubro do ano passado ele dirige um BYD Song Plus, um híbrido plug-in, tipo de veículo híbrido que pode ser carregado diretamente na tomada, além de utilizar um motor a combustão.
“As montadoras estão investindo cada vez mais em tecnologia, tornando os modelos mais acessíveis e eficientes. O aumento da infraestrutura de recarga e a maior conscientização sobre os benefícios ambientais também foram determinantes para esse avanço.”
O analista judiciário Romeo Casarsa Neto já vai entrar na estatística de 2025, e o seu escolhido também foi um BYD Song Plus. Ele conta que, no inverno passado, em Campos do Jordão, teve a oportunidade de fazer um test-drive em um carro da marca, e gostou de cara. “Achei muito confortável, econômico e anda bem, é tudo que todo mundo espera de um veículo. Quem tem, não acredito que volte para o carro conven cional”, conta ele, que em janeiro adquiriu o híbrido.
ECONOMIA É O X DA QUESTÃO
Para Magno, entre os principais benefícios são a economia de combustível, o conforto e a tecnologia embarcada: “No dia a dia, percebo uma grande diferença no consumo, principalmente em trajetos aqui na cidade. Além disso, o carro oferece uma condução mais silenciosa e suave, sem perder a potência quando necessário. Minha experiência tem sido extremamente positiva, e acredito que essa seja uma tendência sem volta.”
A economia também é apontada por Romeo Casarsa com um dos principais benefícios.
“Posto de gasolina, você esquece, só mesmo para colocar ar nos pneus, porque o carro é muito econômico. Após a recarga, você praticamente não usa gasolina. O meu carro, por exemplo, tem uma autonomia de 110 km, então eu raramente vou usar gasolina, só mesmo quando viajo.
RECARGA É UM DOS DESAFIOS
A necessidade de ampliação da infraestrutura de carregamento é um ponto crucial a ser superado não só no Brasil, como em diversos países. Mas a evolução da tecnologia de baterias e a diversificação da matriz energética são fatores que poderão ajudar a superar essas barreiras.
Para Bedim, a infraestrutura de recarga é justamente a principal desvantagem dos carros híbridos e elétricos. “É preciso ampliar para atender toda a demanda crescente. Nas cidades menores, os pontos de carregamento ainda são limitados, o que pode dificultar a vida de quem depende exclusivamente da eletricidade. Porém é uma tecnologia que está em constante evolução”, acredita.
Como especialista do mercado imobiliário, Magno destaca que os empreendimentos de Campos já estão se adaptando a essa realidade, é um movimento que já começou e tende a se intensificar cada vez mais.
“Os novos empreendimentos estão cada vez mais atentos à mobilidade elétrica e à sustentabilidade, incorporando diferenciais como pontos de recarga nos estacionamentos. No mercado de alto padrão, isso já é quase uma exigência dos compradores. Acredito que, em breve, a instalação de carregadores será um item essencial em todos os novos projetos imobiliários, assim como ocorreu com a fibra óptica para internet há alguns anos.”
Para Romeo, o único ponto negativo é o fato do carro não ter estepe. “Ele tem um kit de reparo para consertar o pneu. Foi o único ponto negativo que eu observei. Desvantagem, eu sinceramente não vejo alguma”, enfatiza.
IPVA MAIS BARATO
Romeo também chama atenção para o fato de, no Estado do Rio de Janeiro, os proprietários de veículos híbridos se beneficiarem de uma alíquota reduzida do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Enquanto a taxa padrão para veículos a combustão é de 4% sobre o valor venal do veículo, nos híbridos a alíquota aplicada é de 1,5%.
Essa redução significativa visa incentivar a adoção de tecnologias mais sustentáveis e menos poluentes, alinhando-se às políticas ambientais do estado. Além disso, veículos 100% elétricos contam com uma alíquota ainda menor, de 0,5%
NEM TODO HÍBRIDO É IGUAL
Carro eletrificado inclui tanto o totalmente elétrico quanto o híbrido. Mas os híbridos são separados em diferentes tecnologias que ajudam a reduzir o consumo de combustível, ou mesmo para eliminá-lo em alguns momentos.
Apesar dos modelos mais baratos serem os híbridos leves, eles não foram os campeões de vendas em 2024. O híbrido plug-in, que foi o escolhido tanto por Magno quanto por Romeo, foi o modelo mais vendido, com 64.009 unidades emplacadas, responsável por 36,09% das vendas, segundo a ABVE. Os totalmente elétricos representam 34,74% das vendas (61.615 unidades). Em comparação com 2023, houve um crescimento nas vendas de 140% em um ano.
Diferente dos híbridos convencionais, que recarregam a bateria apenas por meio do motor a combustão e do sistema de regeneração de energia nas frenagens, os híbridos plug-in possuem uma bateria maior e permitem rodar distâncias mais longas apenas no modo elétrico.
