Mais segurança na cirurgia oncológica ginecologia

Uma cirurgia minimamente invasiva é aquela na qual não são feitas grandes incisões e o médico não usa as mãos para
manipular os órgãos. No tratamento do câncer, preferencialmente, quase todas as cirurgias ginecológicas oncológicas devem ser realizadas por via minimamente invasiva, ressalta o cirurgião oncológico Haroldo Igreja Junior.

“A exceção é para a cirurgia do câncer de colo uterino, na qual apenas equipes com expertise elevada estão habilitadas
a fazer, assim como a nossa. As cirurgias oncológicas, em geral, são extensas e requerem habilidade e conhecimento
técnico. Além de operar o órgão acometido pelo tumor, temos que operar as rotas de fuga da doença.”

A via minimamente invasiva conta, basicamente, com dois métodos: a laparoscopia, que usa pinças longas e retas com materiais semelhantes, para a manipulação cirúrgica; e a cirurgia robótica, na qual o robô usa quatro furinhos para entrar com pequenas pinças, como se fossem mini mãos, para instrumentar as vísceras, explica Dr. Haroldo.

Dr. Haroldo atua todas as semanas em cirurgias minimamente invasivas, inclusive desenvolvendo novas técnicas, já apresentada no Congresso
Americano de Cirurgia. — Foto: Espaço Farhat

Cirurgias para tratamento de endometriose, miomas e cistos do ovário com preservação da fertilidade são cirurgias
benignas que fazem parte da nossa rotina. A realização disso requer a habilidade técnica da equipe cirúrgica e a detecção
de doenças de volume razoável. Em nossa equipe, como trabalhamos há muito tempo com essa via, dificilmente indicamos cirurgia aberta, mesmo para cirurgias extremamente complexas e tumores avançados, pois a qualidade do tratamento melhora muito, detalha o especialista, que trabalha com cirurgia minimamente invasiva há 15 anos, inicialmente com laparoscopia e evoluindo para a robótica.

Dr. Haroldo explica que a cirurgia minimamente invasiva é muito mais segura, pois reduz a instrumentação de órgãos que não estão envolvidos na doença a ser tratada, reduz o índice de infecção, de complicações, devolve o paciente mais rápido ao normal, além do benefício estético. O médico esclarece que toda manipulação feita pelo cirurgião gera inflamação e cicatrizes, o que pode ser reduzido quando são utilizados instrumentos menores, mais precisos e sem os afastadores metálicos da cirurgia convencional. A via minimamente invasiva reduz toda essa inflamação, dor, infecção, hérnias e aderências. Realmente não há comparação com a cirurgia convencional, destaca.


No caso da cirurgia minimamente invasiva ginecológica, assim como outras cirurgias oncológicas, o objetivo é obter a
cura, o tratamento das complicações da doença e a reabilitação do paciente. Além disso, através de técnicas complexas e equipes multidisciplinares, com esse método é possível, em determinados casos, preservar a fertilidade da paciente.